A condromalácia patelar consiste em um amolecimento ou degeneração da cartilagem que reveste um dos ossos do joelho, a patela. Esse desgaste pode ter muitas causas, e é importante realizar o acompanhamento do quadro com um médico ortopedista e um fisioterapeuta.
A cartilagem é um tecido que não possui terminações nervosas. Por isso, a cartilagem, em si, não dói. No entanto, a lesão dessas estruturas frequentemente impactam diretamente aquelas associadas a ela, causando dores musculares na região. No caso dos joelhos, a absorção e distribuição das cargas de impacto é comprometida, causando desgaste e até mesmo lesões.
Para entender melhor a anatomia do joelho e a importância da maior articulação no corpo humano, leia esse outro artigo que publicamos .
Nesse artigo, você vai aprender mais sobre a condromalácia patelar, seus sintomas e tratamentos. Vamos lá?
O que é condromalácia patelar?
Condromalácia patelar é o termo utilizado para definir a doença da cartilagem articular que envolve a patela, também conhecida como rótula do joelho. O problema é caracterizado por uma lesão na cartilagem, que pode variar em gravidade.
Essa é uma condição muito comum na população jovem, afetando sobretudo o sexo feminino. Isso se deve ao fato do eixo das pernas femininas apresentarem mais frequentemente um desvio conhecido como joelho valgo, uma situação em que os joelhos estão desalinhados e voltados para dentro.
Infelizmente, o tecido cartilaginoso apresenta um potencial de cicatrização muito pequeno. Em conjunto à ausência de diagnóstico e tratamento adequados, isso significa que a lesão potencialmente evolui para graus mais avançados de desgaste. O resultado desse quadro pode ser o desenvolvimento de artrose precoce da articulação.
Principais causas da condromalácia patelar
Existem diversos fatores associados ao quadro de condromalácia patelar. No entanto, a causa exata do problema permanece desconhecida. Alguns dos elementos que contribuem para o problema, estão:
- Alterações no tecido biológico;
- Fatores anatômicos ou estruturais que comprometam o encaixe da patela com o fêmur;
- Fatores biomecânicos, como desequilíbrio, fraqueza muscular e déficit do controle dos membros inferiores.
Por exemplo, durante a atividade de subir e descer escadas, contamos com cargas de aproximadamente 3 vezes o peso do nosso corpo na articulação do joelho. Imagine, então, o quanto essa carga aumenta em atividades mais intensas, como a corrida.
Condromalácia Patelar: reconhecendo os sintomas da patologia
Antes de começar a falar dos sintomas e sinais da condromalácia patelar, é importante destacar que essa condição também pode ser assintomática. Isso é, nem sempre ela vem acompanhada de dores.
No entanto, normalmente, os sintomas se caracterizam pela dor na região do joelho, mais especificamente nos arredores ou atrás da patela. Essa dor tem início insidioso, ou seja, começa lentamente e não é resultado de um trauma específico.
A presença de estalidos ou crepitações vindas do joelho também são um sinal comum da condromalácia patelar. Eles ocorrem principalmente ao agachar e levantar, podendo estar acompanhados de dor ou não.
Graus de condromalácia patelar
Essa doença da cartilagem é classificada em quatro graus, divididos em níveis progressivos de gravidade.
No grau 1, o paciente poderá sentir uma sensação de “areia” dentro do joelho, com estalos, cansaço e dores nas pernas. Muitas vezes, os membros inferiores também começam a inchar. Esses sintomas podem passar despercebidos, e é comum que a doença progrida rapidamente para o grau 2.
Nessa fase, os incômodos começam a surgir durante a prática de atividades físicas, o uso de salto alto ou a permanência na mesma posição por períodos longos. Os estalos acompanhados de dor tornam-se mais fortes.
Já no grau 3, o paciente começa a evitar algumas atividades, buscando evitar o incômodo. Justamente o fato desse grau da doença começar a causar impactos na funcionalidade e qualidade de vida, é normalmente o momento em que o paciente busca a ajuda de um especialista. Subir e descer escadas, praticar esportes de impacto e usar salto alto se tornam atividades extremamente dolorosas.
Finalmente, o grau 4 da condromalácia representa uma patologia grave. O desgaste é intenso, o osso subcondral já está exposto e as dores podem ser incapacitantes.
Como o diagnóstico de condromalácia patelar é feito?
Para realizar o diagnóstico específico da lesão da cartilagem é necessário um exame de imagem do joelho. Mais especificamente, a ressonância magnética, capaz de mostrar detalhadamente o tecido cartilaginoso e os graus de comprometimento nessa estrutura.
Para pacientes que apresentam dores no joelho, é fundamental buscar a avaliação de um médico para identificação da causa da dor e definir o plano de tratamento adequado..
Geralmente, a avaliação tem base na coleta de informações clínicas, como histórico de doenças e característica dos sintomas. Por exemplo, a graduação da dor, momentos em que a dor aparece com maior intensidade e movimentos que causam o aparecimento dos sintomas.
A força dos músculos do quadril e joelhos, responsáveis pela estabilização e absorção do impacto que passa pelos membros inferiores, é o próximo passo na avaliação. O especialista também fará a análise biomecânica do paciente através de testes funcionais, como agachamento, saltos, corrida e marcha.
Finalmente, a ressonância magnética confirma a presença de cardiopatia, auxiliando também no diagnóstico de outras alterações associadas.
Aprenda como é realizado o tratamento da condromalácia patelar
Na grande maioria dos casos de condromalácia patelar, é possível realizar o tratamento através de intervenções não cirúrgicas, como a fisioterapia. Como o grau de comprometimento é progressivo, é possível evitar o agravamento da lesão começando a fisioterapia o mais brevemente possível.
O fisioterapeuta ou educador físico terá foco em evitar a progressão da doença. Para isso, é necessário melhorar a distribuição de cargas incidentes nos joelhos, ajudando o paciente a fortalecer as musculaturas responsáveis pela absorção de impactos e sustentação das estruturas do joelho. Além disso, é fundamental aliviar a carga na articulação femoropatelar através da redistribuição para os músculos do quadril e tornozelos.
Após a redução das dores, o fisioterapeuta ou educador físico irá mudar o foco para o fortalecimento dos músculos de sustentação, com o objetivo de melhorar a estabilidade e absorção de cargas do paciente.
O primeiro passo para começar seu tratamento é agendar uma avaliação com um fisioterapeuta ou educador físico especializado. O profissional irá identificar suas necessidades e levar em consideração qualquer limitação durante o planejamento dos exercícios.
Não deixe de procurar a ajuda de um profissional se você sente dores no joelho. Isso porque, quanto antes você começar a fazer o tratamento do problema, menores são as chances de precisar de intervenções mais invasivas, como medicamentos e até mesmo cirurgias.
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