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O uso de Tornozeleira e Palmilha na prática do CrossFit é bom ou ruim?

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O uso de Tornozeleira e Palmilha na prática do CrossFit é bom ou ruim?

A Tornozeleira

O uso da joelheira é bom ou ruim?

Depende… 

 

  Com qual finalidade você está usando? E com que frequência?

 

Estes dois são fatores fundamentais para avaliar se o uso dos acessórios está de fato trazendo benefícios ou impedindo a sua evolução nos treinos.

Neste artigo falaremos sobre a tornozeleira e a palmilha, continue lendo e vai descobrir.

E se quiser saber sobre todos os acessórios, clique aqui e baixe o e-book: “O uso de acessórios na prática do CrossFit é bom ou ruim?”.

A tornozeleira

O motivo mais comum para o uso das tornozeleiras é o entorse.

Se é um evento único, em que a pessoa está andando, tropeça e torce o tornozelo, em geral o tratamento adotado é o conservador: imobilizar, para que os tecidos se recuperem e cicatrizem.

Mas há quem tenha o entorse recorrente do tornozelo: é aquela pessoa que está andando na rua e, por qualquer bobeira, torce o tornozelo. Vai fazer um levantamento ou descer da barra e torce o tornozelo. Ela acaba optando pela tornozeleira para suprir essa deficiência do tornozelo.

O tornozelo tem duas estruturas de sustentação, que são a passiva e a ativa.

A estrutura passiva são os ligamentos e o encaixe articular que, na maioria das vezes, é um encaixe muito bom. É o que chamamos de pinça bimaleolar, que são duas espículas ósseas que abraçam os ossos do pé.

Além disso, temos um monte de ligamentos que ficam em torno e complementam a sustentação passiva. Se você pegar o tornozelo de alguém que está dormindo e mexer nele, por exemplo, vai notar que o tornozelo é firme.

A estrutura ativa, onde temos, principalmente, a panturrilha, é a musculatura que fica em volta do tornozelo e controla o movimento de inversão e eversão, que consiste em colocar os pés para dentro e para fora.

A tornozeleira vai limitar esses movimentos. 

E temos o caso extremo, que é a botinha, que protege desde o meio da canela até a ponta do pé, limitando completamente esse movimento.

Quando o uso da tornozeleira é bom?

A tornozeleira vai ser uma boa opção para quem sofreu uma fratura no tornozelo, precisou operar e precisa imobilizar essa parte do corpo para que ela se regenere completamente.

No jiu-jitsu é muito comum o uso da tornozeleira porque tem muita chave de pé e muita imobilização. Então, se usa uma tornozeleira mais dura, que tem inclusive 2 hastes de arame em volta para evitar o entorse. 

Neste caso o uso da tornozeleira vai ser útil se o atleta teve um entorse grave e ainda está machucado e com dor. Não para protegê-lo em uma competição.

Ou seja, para quem está em fase de recuperação de um entorse grave a tornozeleira vai ser boa, porque vai proteger o tornozelo de um novo entorse.

Quando o uso da tornozeleira é ruim?

A tornozeleira se torna inadequada quando é utilizada no CrossFit, por exemplo, somente para dar uma maior estabilidade quando o praticante se sente inseguro para pular na caixa ou fazer um levantamento de peso.

Nesse caso os praticantes usam aquelas tornozeleiras mais maleáveis, de neoprene.

O seu uso também vai ser ruim para quem tem uma instabilidade no tornozelo e, por isso, tem entorses recorrentes.

Neste caso, em vez de usar a tornozeleira, é necessário descobrir porque estes entorses são tão frequentes. 

A ortopedia vai olhar somente para o tornozelo e caso não haja nada de errado nessa estrutura, vai liberar a pessoa e ela fica sem alternativas.

Mas quando olhamos para ela, percebemos que ela caminha se desequilibrando muito para os lados. Ela está com todo seu peso acima dos tornozelos, vacilando muito e esse peso chega ao tornozelo totalmente desalinhado, provocando o entorse.

Por isso é importante parar de olhar somente para o tornozelo e olhar para o corpo todo para perceber o contexto. Ou seja, tem que melhorar o equilíbrio e não o tornozelo.

E como descubro qual a causa do meu problema? Por que torço o tornozelo ou não consigo fazer .

O fisioterapeuta do esporte é o profissional capacitado para avaliar porque está havendo essa compensação e identificar o que está causando o problema, que não chega a ser uma lesão, mas que impede o atleta de evoluir no esporte.

Podemos dizer que o fisioterapeuta será o meio termo entre o coach e o médico, e vai ajudar a tratar e a corrigir aquilo que incomoda o atleta, melhorando a sua performance. 

Como o fisioterapeuta faz isso? Através da reeducação do movimento, que ajuda o corpo a reorganizar o movimento da forma correta biomecanicamente, eliminando a causa do problema e a necessidade de compensação.

Se você está passando por um problema similar, entre em contato e agende uma avaliação 11 93950-9909. 

Agora vamos saber um pouco mais sobre as palmilhas e qual a sua finalidade.

A palmilha

Nós temos algumas curvaturas na estrutura do pé, que são os arcos da planta do pé.

Nossos pés têm arcos que precisam ser sustentados para que a gente consiga usar a planta do pé como uma forma de sustentação e adaptação ao terreno.

Grande parte das palmilhas, principalmente as palmilhas mais ortopédicas, são destinadas a preservar esses arcos plantares e dar uma conformação melhor ao pé, deixando-o em uma postura mais adequada e próxima do que foi, naturalmente, projetado para estar.

Quando o uso da palmilha é bom?

Grande parte dos tênis tem uma palmilha que serve para evitar o atrito do pé com a sola do tênis, que é de uma borracha áspera. A palmilha é uma superfície mais agradável ao contato com a pele.

Nesse caso, ela exerce uma função de proteção, assim como exerce proteção em relação ao solo, para que a gente não pise em um espinho ou qualquer outro objeto e se machuque, tornando a pisada mais confortável. 

Algumas pessoas usam palmilha porque tem o pé caído ou tem o pé muito cavo ou também em casos de fascite plantar. 

Quem sofre com o problema do pé caído, por exemplo, pode machucar a parte do pé que deveria ser a mais alta do arco plantar, batendo a parte de dentro do arco no chão. Além disso, esse é um problema que também pode afetar o equilíbrio. 

Nesses casos, mais uma vez, a palmilha vai exercer um papel protetor.

No CrossFit é muito comum o uso de uma palmilha que fica somente no calcanhar e serve para compensar a diminuição de amplitude de movimento do tornozelo. 

É semelhante ao lifter que tem, dentro da sua estrutura, um calcanhar muito mais alto do que a ponta do pé. 

Como o próprio nome diz em inglês – lifter significa levantador – ele levanta o calcanhar, deixando-o mais alto sem a necessidade de fazer uma flexão dorsal do tornozelo e sem precisar trazer o dedão pra cima. É como um salto alto. 

É muito comum o uso desses acessórios pelos levantadores de LPO (levantadores de peso olímpico). Na verdade, já é uma obrigatoriedade: é preciso usar o lifter para fazer essa prática. 

Isso ocorre porque, além de compensar a amplitude do tornozelo, o lifter deixa o corpo do praticante um pouco mais para a frente, impedindo que ele caia para trás neste e em outros levantamentos de peso como o snatch, o clean and jerk e o arranque.

Neste caso, o uso da palmilha ou do lifter está correto, porque está servindo como proteção.

Quando o uso da palmilha é ruim?

A palmilha será ruim quando for utilizada para compensação, quando o praticante não consegue uma amplitude total do tornozelo ou não consegue sustentar o arco do pé.

Mais uma vez, é preciso fortalecer a musculatura e corrigir esse problema. 

Compensação por desempenho

Um bom exemplo prático para essa compensação é a execução do pistol, que é aquele agachamento de um lado só em que o praticante agacha abaixo da paralela e volta a ficar em pé.

Muita gente não consegue fazer esse movimento se não estiver usando uma palmilha. Algumas pessoas precisam até do lifter para conseguir executá-lo.

E não investigam por que elas não conseguem fazer isso.

Elas não têm força de quadríceps? Não tem equilíbrio? Não tem um bom apoio de pé? O joelho entra? O que acontece no meio do pistol para elas terem que recorrer a tantos acessórios?

E aqui temos um outro problema: ao mesmo tempo em que o uso do lifter melhora a performance na execução do pistol, ele compromete a performance em outros movimentos.

Imagine um treino em que o praticante vai pendurar na argola, fazer muscle up, dar 100 pulos de corda e fazer 50 pistols. Para pendurar na argola ele fica com o pé longe do chão e está tudo bem. Mas para pular corda o lifter vai causar problemas, porque ele é de fato alto, e vai atrapalhar o desempenho do atleta.

Mas, ao fazer o pistol, mais uma vez ficará tudo bem, porque ele precisa do acessório para executar esse movimento, porque ele consegue colocar todo o pé no chão, seja por uma dificuldade de amplitude de movimento, seja porque ele fica mais jogado para frente.

Mas ele acaba tendo compensações de postura que deixam ele mais à frente. Então ele está forçando todo o seu sistema de equilíbrio para ficar mais à frente, o que, mais uma vez, está errado.

Muitas vezes a palmilha ou o lifter são utilizados para compensar a falta de amplitude do tornozelo. O uso destes acessórios faz com que o tornozelo ou o calcanhar fiquem mais altos, não exigindo tanta amplitude dessa articulação. 

Com eles, o tornozelo fica em uma amplitude mais confortável para o restante da perna, eliminando a necessidade de compensações como o joelho ou o quadril ficarem para trás. 

E por que essa compensação não é boa?

Pense em uma pessoa que é iniciante na prática do CrossFit: ela está iniciando com uma restrição, que é a falta de amplitude do tornozelo. Com o uso do lifter, em vez de trabalhar para superar essa limitação, ela vai mantê-la, se condicionando à falta de amplitude.

Mais uma vez, é importante parar de olhar somente para o tornozelo e olhar para o corpo todo para entender o contexto. Ou seja, tem que entender o que esta gerando a falta de amplitude e não olhar somente o tornozelo.

Continue lendo e saiba como resolver estes problemas.

Pé pronado ou pé caído

Algumas pessoas usam a palmilha, por exemplo, tentando compensar um pé pronado ou um pé caído que não possui nenhum arco plantar. 

Mas é um erro achar que a palmilha vai compensar algo que a musculatura deveria fazer.

Assim como é um erro achar que é possível corrigir problemas posturais tanto do pé quanto de todos os membros inferiores a partir da sola dos pés. 

É uma briga um tanto desproporcional tentar solucionar na planta do pé um problema de 60, 70 ou 80 kg que está acima dessa palmilha.

É como uma briga entre Davi e Golias.

O mesmo acontece no CrossFit, onde a palmilha é utilizada tanto para corrigir esse arco de movimento quanto para deixar o pé em uma posição correta. 

Algumas teorias falam que o seu uso é bom para controlar o valgo de joelho: ao impedir que o pé caia, impede que o joelho caia também.

Mas esse é um problema possível de resolver desenvolvendo a musculatura. Não somente a musculatura do pé, mas toda a musculatura que controla o peso acima do corpo.

Porque se alguém não consegue controlar a parte superior do corpo, sobra bastante desequilíbrio para o joelho e o tornozelo compensarem.

E, de novo, achar que isso vai ser resolvido a partir da sola dos pés é um erro.

E como descubro e resolvo a causa do problema? 

Através da reeducação do movimento, que ajuda o corpo a reorganizar o movimento da forma correta biomecanicamente, eliminando a causa do problema e a necessidade de compensação

Qual profissional que faz isso? 

O fisioterapeuta do esporte é o profissional capacitado para avaliar porque está havendo essa compensação e identificar o que está causando o problema, que não chega a ser uma lesão, mas que impede o atleta de evoluir no esporte.

Podemos dizer que o fisioterapeuta será o meio termo entre o coach e o médico, e vai ajudar a tratar e a corrigir aquilo que incomoda o atleta, melhorando a sua performance. 

Deu para entender? Se você ainda tem dúvidas, entre em contato e agende uma avaliação conosco: 11 93950-9909

Tenis, uma informação importante

Quando a informação sensorial que vem da planta dos pés é menor, nós temos menos informação de onde o nosso pé está. O resultado é que não temos tanta preocupação em ajustar a nossa pisada.

Por exemplo, quem corre descalço na rua sabe o cuidado que deve tomar para não pisar numa pedra ou para não sofrer muito impacto. Mas quem corre com um tênis que tem muito amortecimento não se preocupa com isso. 

Essa é uma das grandes brigas em relação aos tênis com muito amortecimento, porque geralmente se fala que eles protegem contra os impactos do solo. Mas já se sabe que, embora os tênis de fato absorvam alguns picos de impacto, existe um tipo de impacto que não é absorvido.

É aquele impacto que acontece no contato inicial, quando batemos o calcanhar no chão, que gera uma energia e uma pressão muito grandes. Nenhum amortecedor consegue dar conta desse impacto, que acontece quando descarregamos todo nosso peso na pontinha do calcanhar.

Não existe nenhum tênis que seja capaz de absorver esse impacto.

Então, pensando em controle de movimento, quando corremos descalços precisamos adaptar nosso corpo para não sofrer muito impacto. 

Porém, quando usamos algo para proteger o pé, perdemos essa preocupação e isso acaba gerando uma série de outras compensações, não só do pé, mas de todo o corpo.

Conclusão

Para definir se o uso da tornozeleira e da palmilha é bom ou ruim é preciso avaliar a forma como elas estão sendo utilizadas. 

Se você está usando o acessório para a sua proteção, o seu uso é recomendado.

Mas se o acessório está sendo utilizado para compensação, como compensar uma falta de amplitude do movimento, uma fraqueza muscular, a falta estabilidade ou a falta de habilidade do praticante, o seu uso passa a ser ruim. 

É nesse ponto que ele passa a fazer uso de acessórios para compensar a dor. Mas, conforme já dissemos, os acessórios irão somente mascarar o problema, e talvez até piorá-lo.

E para resolver esse problema, procure a Wolf Fisioterapia, clínica especializada na fisioterapia esportiva. 

Entre em contato e agende uma avaliação conosco: 11 93950-9909

  • Fisioterapeuta pela Universidade de São Paulo – USP
  • CREFITO-3: 293897-F
  • Especialização em Esporte e Exercício– Hospital das Clinicas da Faculdade Medicina USP (HCFMUSP)
  • Experiência na reabilitação focada em terapia manual e na reabilitação ortopédica de ombro e cotovelo na Articulab
  • Supervisor das extensões acadêmicas Liga de Fisioterapia Esportiva-USP e Fisioterapia Pró-Seleção – USP
  • Trabalhos em eventos:
    • IRONMAN 40.3 – São Paulo,
    • Desafio do Mano – RedBull,
    • BJJSTARS IV, V e VI edições.
  • Praticante de Crossfit e Jiu-jitsu